O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório
restrito de interesses e atividades. Sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança podem ser
percebidos nos primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade. A prevalência é maior no sexo masculino. A identificação de atrasos no desenvolvimento, o diagnóstico oportuno de TEA e encaminhamento para intervenções comportamentais e apoio educacional na idade mais precoce possível, pode levar a melhores resultados a longo prazo,
considerando a neuroplasticidade cerebral. No geral, uma criança com transtorno do espectro autista pode apresentar os seguintes sinais:
- Dificuldade para interagir socialmente, como manter o contato
visual, identificar expressões faciais e compreender gestos
comunicativos, expressar as próprias emoções e fazer amigos - Dificuldade na comunicação, caracterizado por uso repetitivo
da linguagem e dificuldade para iniciar e manter um diálogo - Alterações comportamentais, como manias, apego excessivo a
rotinas, ações repetitivas, interesse intenso em coisas específicas
e dificuldade de imaginação.
De acordo com o quadro clínico, podem ser divididos em 3 grupos:
– ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;
– o paciente é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;
– domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite levar a vida próxima do normal.
O autismo é um transtorno crônico mas conta com esquemas de tratamento que devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicados por equipe multidisciplinar. Envolve a intervenção de médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos, além da imprescindível orientação aos pais ou cuidadores. É altamente recomendado que a equipe multidisciplinar avalie e desenvolva um programa de intervenção personalizado, pois nenhuma pessoa com autismo é igual a outra. Atualmente o Neurofeedback é a ferramenta mais indicada para potencializar os resultados das demais terapias e melhorar a qualidade de vida das pessoas com TEA.